por Jackeline Guimarães
O alto índice de poluição e provas de desrespeito ao rio Sergipe foram constatados na margem do rio em Aracaju: muito lixo, pneus e volumosos canais de despejo de esgoto.
Soluções
Segundo Osmário Santos, coordenador da Frente em Defesa das Águas de Sergipe, em entrevista ao Jornal da Cidade, apesar de todas as ações educativas e chamados de alerta, a poluição no rio Sergipe não tem diminuído nos últimos anos. “Um dos grandes motivos da poluição é que o lixo continua sendo jogado nos canais, manguezais e rios. É algo assustador. Já encontramos até guarda-roupas e televisores. E também tem a falta de esgoto sanitário”, alertou Osmário.
Ele lembra que quando foi iniciado o projeto Aracaju de Tototó “todo mundo achava que o rio estava às mil maravilhas”. No entanto, especialistas na área ambiental foram consultados e provaram, através de estudos técnicos, que o rio estava altamente poluído. “Estamos fazendo um trabalho interessante junto às escolas da rede púbica e particular, que pretende despertar a preocupação das novas gerações para as questões ambientais”, acrescentou Osmário, lembrando que todo dia 3 de novembro estudantes chamam atenção da comunidade para a questão através do abraço simbólico no rio Sergipe.
O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) prevê mais de R$ 303 milhões no esgotamento sanitário da Grande Aracaju, que passaria o volume de esgoto tratado de 34% para 65%. Em Aracaju, Barra dos Coqueiros, São Cristóvão e Nossa Senhora do Socorro estão sendo executadas obras que prometem ampliar a oferta de água e o atendimento dos serviços de esgotamento sanitário para uma parte significativa da população até 2010. Já o Programa Águas de Sergipe, orçado em US$ 117 milhões a serem financiados pelo Banco Mundial, pretende fortalecer as políticas públicas voltadas para o meio ambiente e contribuir para a revitalização da bacia do rio Sergipe.
Rio Poxim
O rio Poxim, cujo ponto de confluência é próximo à embocadura do Rio Sergipe, forma com este o estuário no qual está assentada a cidade de Aracaju. Desde 1958 tem sido uma das fontes de suprimento de água para Aracaju. Ele é hoje uma das mais relevantes preocupações hídricas do governo do estado, respondendo por 20,10% da demanda de água da capital.
Segundo estudos da Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema), o Rio Poxim é o mais poluído do Estado. A sujeira é tanta que todas as praias que recebem a água desse rio são consideradas impróprias para o banho. Ele percorre vários bairros da capital sergipana, onde a maioria não possui uma rede de saneamento correta, e todos os dejetos que saem das casas, sejam eles orgânicos ou artificiais, são jogados diretamente no Poxim.
O Conjunto Beira Rio, no Bairro Inácio Barbosa, há muito tempo era um dos mais prejudicados pela poluição do rio. O mau cheiro de tudo que o rio trazia em seu trajeto incomodava toda a população. Mas segundo o morador Odyr da Costa, a situação do rio tem mudado e o mau cheiro não é mais problema, já que fizeram uma nova rede de esgoto. Já no cais próximo a sua casa, o morador Fernando Dantas, que pescava no Rio Poxim, relatou: “Estou aqui só para passar o tempo, esse é um rio quase morto, só consigo pegar pequenos bagres ou baiacus”.
No trecho do rio que corta o município de São Cristóvão, toda a infraestrutura de saneamento é precária, principalmente em termos de rede de esgotos, de disposição de lixo e de coleta das águas pluviais. O bairro Eduardo Gomes, por exemplo, ainda dispõe de rede de esgotos e de sistema de galerias, enquanto no Rosa Elze há somente galerias e, nos outros, nenhuma infraestrutura. Sem falar que nas comunidades Parque dos Faróis e Rosa Elze existem invasões (áreas de favelas) na faixa de domínio do rio, o que acentua ainda mais o problema da poluição. A destinação do lixo também é precária nessas duas comunidades, 45% dos resíduos são dispostos em área abertas; 33% são queimados; 8% enterrados e somente 12% são coletados pelos municípios. Foi constatada nesses lugares a presença de lixo nas margens do rio e de plantas aquáticas, principalmente Jacinto Aquático e Junco. O quadro de doenças entre os moradores da área, principalmente daqueles que são pescadores, vai de micoses (40%); verminoses (33,33%); disenteria (20%) à esquistossomose (6,67%).
Outro problema é o lançamento de lixo nos mangues e águas do rio. Infelizmente, subsiste como ponto pacífico na sociedade brasileira a idéia de que “todo esgoto leva ao mar”. Um terceiro problema do “nosso rio esgoto” são as enchentes. Estas ocorrem sem periodicidade e inundam parte da cidade baixa e toda a área do centro comercial.
Os prognósticos quanto à reserva de água nos próximos 25 anos são dramáticos. Segundo estudiosos sobre o tema, em 2025 boa parte da população mundial estará vivendo em áreas com recursos hídricos escassos. Essa escassez decorre, muitas vezes, da destruição gradual dos mananciais e do agravamento das condições de poluição, além da própria alteração climática do mundo. Em Sergipe, os sinais de alerta sobre esse drama já estão a olhos vistos:
- Poluição dos rios Paramopama, Vaza Barris e do riacho Besta, por esgotos domésticos, resíduos sólidos, agrotóxicos, entre outros.
- Lixeira a céu aberto localizada na estrada do Saco, a cerca de 2 km do rio Vaza Barris, e a aproximadamente 500 m do loteamento Lauro Rocha.
- Deficiência no abastecimento de água para a população, principalmente para as comunidades localizadas na chamada “cidade baixa”, a qual reclama da qualidade da água, considerada “dura” e com muito cloro. Já na cidade alta, o abastecimento é prejudicado no período de chuvas, quando ocorrem inundações nas instalações de captação.
Rio Sergipe
O rio Sergipe nasce em Nossa Senhora da Glória, passa por 26 municípios e deságua no Oceano Atlântico, beneficiando cerca de um milhão de sergipanos, o que corresponde a 56,6% da população do Estado. Ao longo do percurso, 16 outros rios e vários riachos vão lançando suas águas na calha principal do rio Sergipe.
Essa bacia drena 16,7% do Estado. A criação do dia do rio Sergipe partiu de um projeto de lei da então deputada estadual Ana Lúcia Menezes, em 2004. A partir daí, começou a ser discutida uma data significativa, que chamasse a atenção da sociedade e das autoridades para a problemática enfrentada pelo rio. Especialistas descobriram que em 3 de novembro, no início do século XX, o rio foi reconhecido como sergipano e que banhava a capital.Soluções
Segundo Osmário Santos, coordenador da Frente em Defesa das Águas de Sergipe, em entrevista ao Jornal da Cidade, apesar de todas as ações educativas e chamados de alerta, a poluição no rio Sergipe não tem diminuído nos últimos anos. “Um dos grandes motivos da poluição é que o lixo continua sendo jogado nos canais, manguezais e rios. É algo assustador. Já encontramos até guarda-roupas e televisores. E também tem a falta de esgoto sanitário”, alertou Osmário.
O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) prevê mais de R$ 303 milhões no esgotamento sanitário da Grande Aracaju, que passaria o volume de esgoto tratado de 34% para 65%. Em Aracaju, Barra dos Coqueiros, São Cristóvão e Nossa Senhora do Socorro estão sendo executadas obras que prometem ampliar a oferta de água e o atendimento dos serviços de esgotamento sanitário para uma parte significativa da população até 2010. Já o Programa Águas de Sergipe, orçado em US$ 117 milhões a serem financiados pelo Banco Mundial, pretende fortalecer as políticas públicas voltadas para o meio ambiente e contribuir para a revitalização da bacia do rio Sergipe.
Rio Poxim
Segundo estudos da Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema), o Rio Poxim é o mais poluído do Estado. A sujeira é tanta que todas as praias que recebem a água desse rio são consideradas impróprias para o banho. Ele percorre vários bairros da capital sergipana, onde a maioria não possui uma rede de saneamento correta, e todos os dejetos que saem das casas, sejam eles orgânicos ou artificiais, são jogados diretamente no Poxim.
O Conjunto Beira Rio, no Bairro Inácio Barbosa, há muito tempo era um dos mais prejudicados pela poluição do rio. O mau cheiro de tudo que o rio trazia em seu trajeto incomodava toda a população. Mas segundo o morador Odyr da Costa, a situação do rio tem mudado e o mau cheiro não é mais problema, já que fizeram uma nova rede de esgoto. Já no cais próximo a sua casa, o morador Fernando Dantas, que pescava no Rio Poxim, relatou: “Estou aqui só para passar o tempo, esse é um rio quase morto, só consigo pegar pequenos bagres ou baiacus”.
No trecho do rio que corta o município de São Cristóvão, toda a infraestrutura de saneamento é precária, principalmente em termos de rede de esgotos, de disposição de lixo e de coleta das águas pluviais. O bairro Eduardo Gomes, por exemplo, ainda dispõe de rede de esgotos e de sistema de galerias, enquanto no Rosa Elze há somente galerias e, nos outros, nenhuma infraestrutura. Sem falar que nas comunidades Parque dos Faróis e Rosa Elze existem invasões (áreas de favelas) na faixa de domínio do rio, o que acentua ainda mais o problema da poluição. A destinação do lixo também é precária nessas duas comunidades, 45% dos resíduos são dispostos em área abertas; 33% são queimados; 8% enterrados e somente 12% são coletados pelos municípios. Foi constatada nesses lugares a presença de lixo nas margens do rio e de plantas aquáticas, principalmente Jacinto Aquático e Junco. O quadro de doenças entre os moradores da área, principalmente daqueles que são pescadores, vai de micoses (40%); verminoses (33,33%); disenteria (20%) à esquistossomose (6,67%).
O trecho do Rio Poxim que compreende a área alagada, possui uma vegetação emergente situada próxima aos bairros Parque dos Faróis, Tijuquinha, Rosa Elze e Eduardo Gomes. Além dessas comunidades, cujo contingente populacional supera 35.000 habitantes, existem também criatórios de bovinos e suínos. Desse modo, ficam evidentes que as principais causas de sua degradação são: o desmatamento de suas margens e nascentes; a exploração irregular das margens e da calha; o despejo de efluentes domésticos, industriais, agroindustriais, e, sobretudo, a ocupação inadequada de seu entorno.
Através de recursos financeiros do Fundo Estadual de Recursos Hídricos, a Semarh desenvolveu o Projeto Recuperando Nascentes e Municípios, que visa recuperar as 18 nascentes do Rio Poxim, do Siriri Vivo e do Cajueiro dos Veados. Essa medida irá regularizar o curso de água da região, promover o equilíbrio ambiental e o uso sustentável dos recursos naturais. Todo o trabalho de recuperação de nascentes e matas ciliares é realizado em parceria com o Ministério Público, a Sociedade Semear e a Universidade Federal de Sergipe.
Rio Vaza Barris
O rio Vaza-Barris é um rio perene, com cerca de 450 quilômetros de comprimento que atravessa a Bahia, onde nasce, e desagua no litoral sergipano, no local denominado Mosqueiro. As principais fontes de poluição dos recursos hídricos da bacia do Vaza Barris referem-se às atividades de agricultura e pastagem, que geram processos erosivos com consequente assoreamento dos rios e alteração da qualidade das águas, devido ao uso de agrotóxicos, desmatamento, lançamento de dejetos de animais, descarte de embalagens de agroquímicos, etc
Por outro lado, as atividades urbanas e industriais lançam substâncias que podem alterar a qualidade da sua água através da introdução de elementos nocivos ao meio (lançamento de esgotos domésticos, disposição inadequada de resíduos sólidos, efluentes industriais e poluição atmosférica). Constata-se que a região está bastante alterada pela ação antrópica, cujas atividades provocam desequilíbrio aos ecossistemas naturais.
Rio Paramopama
Da embocadura à nascente, o principal rio do município de São Cristóvão depara-se com problemas ambientais de toda ordem. A dragagem de areia do fundo do rio ainda compromete a reabilitação da vida marinha. O ato danoso tinha como justificativa o Projeto Catamarã, que prometia colocar São Cristóvão na rota do turismo, gerando emprego e renda. O projeto, ironicamente, foi inviabilizado pelo assoreamento provocado pela dragagem. Outro problema é o lançamento de lixo nos mangues e águas do rio. Infelizmente, subsiste como ponto pacífico na sociedade brasileira a idéia de que “todo esgoto leva ao mar”. Um terceiro problema do “nosso rio esgoto” são as enchentes. Estas ocorrem sem periodicidade e inundam parte da cidade baixa e toda a área do centro comercial.
0 comentários:
Postar um comentário